Programa Mais Educação
Francisco Rangel dos Santos Silva
O teatro é uma ferramenta artística que tem uma função social no âmbito escolar. Estudá – la, desperta um desejo: utilizar o corpo como um recurso de denúncia.
Como toda arte, o teatro é a visão do seu criador. Mas como assim o ator não recebe um texto com emoções redefinidas? Obviamente. Mas o estudante de teatro ainda não é um profissional, e sua vantagem é que a iniciação ao teatro tem como base a criação espontânea, por meio de jogos de improvisos. Meus alunos até então são aqueles considerados “bagunceiros” pela turma.
Que surpresa, se prestamos atenção, as crianças agitadas são aquelas que por não conseguirem dizer em palavras o que sentem, demonstram em gesto.
Então, destacam – nas aulas, interpretando suas ânsias e frustrações, a arte é uma “fuga terapêutica”. Elas não são ouvidas na sociedade, mas o teatro as escuta.
E sua voz torna – se determinada e importante, pois durante uma apresentação, tornam – se o centro das atenções: Todos atentos a cada gesto e palavra. Mas dessa vez, não são repreendidas com um exclamativo “silêncio !”, e sim, com grandes aplausos.
Nas turmas do turno vespertino existem alunos em processo de alfabetizagem. Utilizar textos a serem memorizados não seria uma boa ideia, portanto escolhi a melhor modalidade possível, mencionada anteriormente para trabalhar: O teatro de improvisos. Divido a turma em equipes ao meu critério.
Autoritarismo? Não! Ressalto que o ator deve estar apto a trabalhar com qualquer profissional, independente da relação pessoal. Na condição de aprendizes, não pode haver as ditas “panelinhas”. Objetivo é que o médio prazo, todos tenham interagidos com todos os colegas, eliminando o pensamento de sempre estarem relacionando – se com mesmo grupo. Após formadas as equipes, ora estabeleço temas do cotidiano, ora deixo escolher, para manter a maleabilidade. As crianças então criam seus próprios personagens e situações, montam seus “Script”, estimulando a imaginação, criticidade e criatividade. Durante a apresentação, aproveito para corrigir a postura, entonação e alerta – las: Toda ação é dirigida ao público. Autoras de seus próprios trabalhos, sentem – se motivadas e participativas.
Nas turmas do turno matutino, a leitura pode ser praticada. A voz é um grande instrumento do ator para aprimorar a expressão vocal em cena, exercitamos “o modo de como falar”, de com o personagem.
Define diferentes sentimentos, primeiro passo: Distribui textos, dando um tempo para terem e captarem a mensagem, avisando: Só ao serem convidados a interpretar vocalmente, saberão qual será o tipo de emoção que o texto deverá emitir. Ao meu comando, o aprendiz começaria a leitura dramática de acordo com a emoção que determinei, sendo corrigido na entonação, velocidade, postura e clareza.
Em ambos os turnos, incentivo através de jogos teatrais, o entrosamento em grupo, parceria e respeito mútuo, algo crucial no teatro, ressaltando que cada um independente de uma diferença tem algum potencial e habilidade. O teatro exige contato físico e emocional com o próximo, então os colegas devem atentar para o bom relacionamento. Um ator não trabalha sozinho, por maior que seja sua genialidade. Os jogos permitem o conhecimento individual e coletivos das aptidões e limitações, e em seguidas são aperfeiçoadas. Afinal, o teatro é para isso: Incluir, lapidar e intercalar.
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